Mesmo tendo morado dez anos fora do Brasil, existem coisas que não mudam, ou mudam devagar, ou ficam impregnadas na sola das botas, como merda de vaca. Nasci e cresci em Campo Grande, que era Mato Grosso até 1979 e dai em diante se tornou capital do Mato Grosso DO SUL!!!! Essa capital, que todo mundo não sabe nem o estado onde fica e sempre falam que fica no Mato Grosso, mas é Mato Grosso DO SULLLLLL!!!!, tem habitantes muito característicos, que apesar dos anos, continuam se perpetuando geração após geração. Aprenda agora como reconhecer e identificar um campograndense.
•Tem orgulho de ter uma das maiores exposições agropecuárias do Brasil, mas odeia passar pelos pavilhões de gado e sentir aquele cheirinho de merda de vaca. Tem orgulho dos seus cantores, tipo João Bosco e Vinícius, Luan Santana, Maria Cecília e Rodolfo, tradição, mas detesta a muvuca dos shows na exposição.
•Acha estranho cidades com vários McDonald’s, mesmo Campo Grande tendo dois. A plaquinha de Delivary sempre e confundida como se fosse de estacionamento.
•Come Big Mac por status, mesmo porque de tão, tão, tão, mas tão pequeno e caro você acaba mesmo não resistindo e indo comer a um x-podrão dos carrinhos da Afonso Pena, lá na Pedra, no fim da balada.•Vai pro Comper Jardim dos Estados beber no estacionamento depois da balada. Ou durante a balada.
•Nas férias de inverno, vai pra fazenda.
•Nas férias de verão, vai pra fazenda.
•Classifica “selva de pedra” como substantivo abstrato.
•Sabe o que é uma guria. Pode também classificar uma mulher como potranca, égua, cavala ou gostosa
•Diz que São Paulo é poluída demais, populosa demais, suja demais, mas quando anda no centro, joga lixo no chão. E vive reclamando que o centro da cidade é muito sujo, que o prefeito não faz nada...
•Você percebe que tem merda de capivara no seu tênis, depois que você volta da Universidade Federal ou do Parque das Nações Indígenas.
•É capaz de passar um dia inteiro tomando tereré e se os amigos quiserem, a noite inteira também. Também é capaz de escutar música sertaneja o dia inteiro, e a noite inteira, e até a vida inteira...
•Campograndense se enquadra em alguma dessas classificações: boy, agroboy, fazendeiro, nerd, maluco ou maloqueiro.
•Sabe que um Agriculino é um agroboy e já estudou com uma média de 10 agroboys em toda a sua vida, e que ta quase jubilando na faculdade.
•Diz “vou no Miça, ou Valentino, ou Bodega” sem ter a mínima idéia aonde vai e se vai realmente lá.
•Sai a 1 da manhã do sábado de casa e ainda não escolheu em qual balada vai. E quando escolhe alguma, não tem mais ninguém lá.
•Faz happy-hour pra encher a cara.
•Leva 1 hora para dar a volta de carro no seu quarteirão (tem que parar pra tomar tereré em todas as casas).
•E, como não podia deixar de ser, acha a sua cidade a mais linda, a que tem as ruas mais largas,as gurias mais bonitas e gostosas, mas também acha que está ficando muito violenta, que o trânsito é um inferno,já tem hora do rush na Av. Mato Grosso e Afonso Pena, uma babilônia, que vai morar em outra cidade e tal. Mas não consegue sair daqui.
•Você sabe o que é um sobá. Não??? Porquê só tem aqui...
•Aliás, você terminava suas baladas de sábado na feira, porque hoje em dia a feira fecha quando a balada tá começando.
•Acha que os Bugrinhos da Conceição dos Bugres são a coisa mais cult do mundo, além de serem presentes baratos para pessoas distantes. Também acha qu tirar fotos nas Araras na praça cabeça de boi ou na frente do aeroporto com os Tuiuiús é cult e maneiríssimo pra colocar no seu orkut.
•Tem o privilégio de AINDA assistir o O Povo na TV, no horário de almoço, agora em outra emissora, enquanto no resto do país exibe assiste coisas bem mais interessantes.
•O maior point da sua turma era um posto de gasolina, mas como agora tem lei seca, ta foda reunir a galera...e tem que fazer aquela vacosa pro churras na casa de alguém quando os pais desse alguém viajam, muitas varientes, didicil pacas...então o jeito é ir em qualquer conveniencia de algum amigo e beber escondido mesmo.
•Os bares da cidade são inagurados e fechados num intervalo de tempo de 3 meses, em média e que boate e coisa de fresco, gente que se acha, ou gente de fora, gente que gosta de barulho tut tut tut, porque campograndense mesmo, gosta de baile carapé, clube de laço, rodeio e violada, sistema bruto, rústico e sistemático.
•Sabe que as bandas de vanerão da cidade tem nomes mais compridos do que as de rock, e sempre conhece alguma dupla desconhecida, tocando em algum lugar.
•Sabe cantar e tocar no violão ou viola, pelo menos meia dúzia músicas sertanejas da Maria Cecilia e Rodolfo, Luan Santana ou do João Bosco e Vinícius.•Jura de pés juntos que não existe melhor peixe do que o da Casa do Peixe, na cabeça de Boi, mas que la ficou caro e prefere ir num buteco atras da monza que faz o mesmo peixe frito e caldo.
•E na quarta-feira faz aquele programa básico de pobre: meia-entrada no Cinemark e Batata recheada de frango por 12 reais.
•Você tirou carteirinha de estudante mas não é todo lugar que aceita.
•Sua mãe acorda cedo no domingo e dirige até o centro, pra ver se você saiu em algum jornal distribuído gratuitamente na Afonso Pena, na página policial.
•Você visitou tantas vezes o Museu Dom Bosco que já sabe de cor a ordem das borboletas empalhadas, mesmo ele tendo mudado pros altos da Afonso Pena.
•Você fala que não gosta de ir ao shopping, que a cidade não precisa de um shopping novo, mas no fundo no fundo tá doidinho pra que se inaugure um novo shopping.
•Quando se esgotam as opções de “balada”, vai gastar gasolina a toa dando uma volta no parque dos poderes ou na via morena.
•Tem péssima memória “climatológica”. Jura até a morte que ano passado não fez frio, mas que esse ano, está sendo supreendido por um frio intenso e passageiro. Ano que vem se esquecerá completamente disso, dirá que este ano não fez frio, e se emocionará, novamente, com a descoberta de uma frente fria no ano que vem.
•A mesma coisa com o calor. Se esquece completamente que 2 dias antes da temperatura cair a 8 graus estava fazendo 38 graus e não chovia há 1 mês. Ano que vem, você dirá que este ano não foi assim tão quente. É tudo culpa do aquecimento global.
•Qualquer dor de cabeça ou mal estar que você tenha, independente dos exames médicos, necessariamente pra você será dengue. Ou qualquer tosse ou gripe que você tenha é “virose”. E não só você tem, mas a cidade inteira tem.
•Você sempre perde o par de luvas que comprou durante a frente fria passada e terá que comprar outra no camelódromo. Você perderá essa luva no dia seguinte.
•Você acredita, sinceramente, que em Campo Grande não existem favelas só por que não existem morros.
•Você tem Orkut, facebook, twitter, msn, skype, já usou o mIRC e conheceu pelo menos 40% dos seus amigos atuais pela internet.
•Você gosta de provocar os cuiabanos. Porque? Faz parte, é cultural, e outra, sempre as piores mancadas e barbeiragens no transito você olha a placa e de onde é? Um cara para embaixo de um sinaleiro... quem é que para embaixo de um sinaleiro? O sinal abre, você não vai gritar: AÇULÉRAAAA CUIABANOOOO!!!???!!!!
•Depois que consegue irritar os cuiabanos, assume a personalidade blasè e cult e diz que eles estão sendo infantis.
•E quando eles finalmente são apaziguados e quase topam ser seu amigo, você alfineta eles de novo, só porque Cuiabá vai receber jogos da Copa e Campo Grande não.
•Quando sai notícia de Campo Grande na mídia Nacional, fica todo animado. Daí respira fundo, conta até dez e faz pose “Putaquéoparéo, caráleos, Cidade de merda… Nem pra aparecer no jornal com noticia boa!”.So aparece notícia de contrabando, tráfico e que o Fernandinho Beira-Mar e o Marcola estão aqui no presídio federal...
•Se emociona quando descobre que vão contruir o 1° Burguer King e 7 eleven na cidade.
•Jura que esse ano Campo Grande vai ter 1 milhão de habitantes. E todo ano quebra a cara com o aumento de 8 pessoas na população da cidade.
•Você sabe que chipa não leva fermento. E não sabe porque as bugras da frente do mercadão municipal tem as pernas lisinhas....
•Tem o "hábito" de jogar lixo e papel no chão quando está dirigindo, e se acha muito asseado e civilizado.
Mija aonde der, a hora que aperta, mesmo passando gente ou carro, até mesmo nos bares chiques, ou atrás de um camburão.
Coisas de campograndense...
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