segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A insustentável leveza do sexo...

Essa é a diferença entre rapazes e garotas. Nós queremos prazer, corpo, sexo, companhia. Elas também querem. Precisam até, às vezes. Só que nós lutamos por isso, perseguimos, buscamos, buzinamos, compramos bons sapatos, realmente trabalhamos na situação. Não poupamos nossas munições, planejamos estratégias para que a coisa aconteça, preenchemos tabelas com análises de risco, enfim, nós rapazes realmente dedicamos horas e horas sofisticando nosso currículo. Essa lenga-lenga de que os homens não querem compromisso é bobagem. Nunca fazemos sexo sem compromisso. Estamos sempre comprometidos, você sabe, com o sexo.

Não faz mal se ela é uma versão rascunhada da princesa de Mônaco ou se tem tinta vermelha no cabelo, ouve Ramones e passou uma boa temporada na cadeia por sacrificar animais. Nós transamos com garotas desempregadas, nós transamos com baixinhas, transamos com garotas batizadas com o mesmo nome da nossa tia Ambrósia, nós transamos com garotas pelas quais sentimos desprezo, transamos com garotas que não pagam a conta, nós vamos pra cama com garotas de gosto musical horroroso, isso se elas conseguirem reunir forças para evitar por uma hora e meia seus refrões pegajosos do momento. Não importa como, nós estamos lá, tentando as arrastar para algum lugar mais tranquilo e quente.

Não estamos falando de amor, mas também não de promiscuidade. Estamos falando de democracia, de direitos, de experiências, de diversão, de saúde, de integração, de treinamento específico para o caso de precisarmos repovoar o planeta (todo homem acredita no derretimento das calotas polares). Garotas não, geralmente precisam de contexto, de conexão, de parâmetros, de certificados, de enredos, que antes do sexo você doe três cestas básicas a uma família desabrigada ou que você assine duas vias de um documento atestando que rolou porque ela quis, porque ela sentiu vontade espontaneamente, e não porque você teve lá seu charme, suas armas, seus argumentos, força bruta, dinheiro, persuasão ou qualquer outro mérito. Esse é o problema, para elas sexo é algo grande, é algo que exige algum esforço emocional, sexo é... algo.

Admito que para a indústria cosmética não seja bom negócio as garotas se entregarem mais, e acordarem com os sorrisos mais abertos, as bochechas mais rosadas e os traços mais leves. Fora isso, o que elas têm para se preocupar? Com o que o Papa, a vizinha de baixo ou o comitê feminista vai pensar? Com um pequeno aglomerado de celulites? Não sei. Não sei onde elas querem chegar com essas enrolações especulativas. Sei que o Papa, a vizinha de baixo, as feministas não dão a mínima pra elas. E sei que nós não damos a mínima para celulites, pelo menos os que sabem do que se trata. Após tanto engajamento ativo na causa, deveríamos ser mais levados em consideração.

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