terça-feira, 23 de setembro de 2014

Depois de um tempo... O retorno

Música que esta rolando...

Depois de uns meses de férias, algumas (muitas) viagens, muita gente diferente (nova), algumas experiências legais, retorno ao blog, escrevendo situações cotidianas, falando sobre assuntos diversos e outras atualidades de relacionamentos e, mulheres( meu tema preferido!).

Desenterrei muitas coisas legais, histórias hilárias e algumas até broxantes. Bem chega de blá blá blá e vamos lá...

Nesses meses de férias ou como digo, dias e dias de pura preguiça mental, ócio contemplativo, e sessões de nostalgia juvenil, me fizeram relembrar algumas figuras de minha juventude como um filme de sessão da tarde, as aventuras que muitas vezes eram regadas a puro whisk, boa música ( para criar coragem, já que sempre me achei um cara sem atrativo) e mulheres... Ah sempre elas...
Ora, vocês devem estar se perguntando? Que porra é essa? O que tem a ver?

É por trás dos copos de uísque que já tomei, se escondem muitas histórias, algumas tão verdadeiras que não deram certo, outras mais falsas do que uma nota de 3 reais, não por serem falsas no sentido da palavra, mas por não valerem um vintém por sua essência tosca, que renderam historias como essa. Eu admito que houve um tempo em minha vida que me perdi, pelo meu medo, por não ter confiança no meu taco, ou pelas minhas desculpas esfarrapadas e pelo meu gosto nada convencional por paladares fortes aventuras extravagantes e nem um pouco suaves, bem diferente da minha visão de hoje. Vou pular toda essa enrolação e explicar-lhe essa parte da minha história. Mas, antes, um aviso: eu gosto de brincar com metáforas e usar delas pra demonstrar mais inteligência do possam supor entender, e interpretar de varias formas, de acordo com a conveniência do momento. E esse português rebuscado cheio de vírgulas e construções verbais não tem nada de culto, nada mais e do que um pretexto articulado e envolvendo do que eram minhas aventuras.
Eu frequentava um boteco todos os dias, eram idos dos anos 90. Era genial a visão de mulheres bonitas, de todos os jeitos, era o point da época, e elas desfilavam disfarçando a sua futilidade com um sorriso, a gana de arrumar um trouxa, e a percepção de que morrem de medo de ficarem sozinhas. Tinha também desses caras que gastavam todo o salário pagando drinks na esperança de levar uma delas pra cama. E tem os típicos canalhas bonitões que só piscavam e conseguiam a gata da noite numa bandeja. Meu tipo era mais discreto, desses observadores. Não me entendam mal, eu era mais simpático até do que bonitão e na época tinha bastante dinheiro que o sucesso no mercado pecuário pôde me render. Usava jeans e botas importadas bem na moda, com cortes que caiam bem. Toda aquela bobagem da moda fashionista que alguém comentou um dia que era legal e as mulheres gostavam. E faz muitos anos que eu não vejo a mínima graça em algum desses personagens, além do meu copo e da garçonete gostosa que o enchia, que me vagam na memoria ate hoje.
Eu não me achava nem me acho o cara certo pra falar de amor. Um ilusionista, talvez, quem sabe. Eu tinha meus encantos, e conseguia lá as mulheres que queria com um bom papo e uma forma de conduzir na dança que só eu sabia, com ritmo e molejo.. Altas, baixas, magras, esbeltas, latinas, europeias, paraguaias, todo tipo que você pensar. E você acha que eu era feliz? Era muito... ou não era nem um pouco. Eu disfarçava a maior frustração da minha vida até então, com noites de farra e amigos num apartamento bem localizado no coração da cidade, na Avenida Mato Grosso, ou nos locais da moda e pegação. Eu era um desses desiludidos iludidos da vida que nunca iriam encontrar a garota certa (pelo menos eu achava isso!) pelo simples fato de já tê-la encontrado e ter perdido a oportunidade (ledo engano). Coisa de garoto novo que não sabe lidar com a pressão do dia-a-dia e com as tensões de um relacionamento sério. Aquele medo de perder a liberdade, de se prender, de perdê-la em caso de passo em falso, uma mijada fora do pinico. Hoje em dia eu posso dizer que é tudo um bando de bobagens que a gente inventa pra não se privar de viver algumas coisas boas da vida e de quebrar a cara com elas. Eu podia ter quebrado a cara uma, duas, três vezes, cem vezes e estar com ela agora (ou não...) Ou ter me dado muito bem na conduta do relacionamento e ele ter chegado ao fim do mesmo jeito. Mas não, eu simplesmente tive medo de seguir em frente e fiquei parado la, naquela mesa. Ela seguiu.
E essa casca grossa revestida de sucesso e confiança só servia conquistar mulheres bonitas que  durariam umas poucas semanas na minha vida. Perdi o interesse por quem não me jogasse no chão e me fizesse mudar toda a minha visão de mundo (engraçado isso...). Se não for pra ser assim, não precisava nem vir. Jogos de conquista eram meu ponto fraco, mas até disso eu enjoei depois de um tempo. É aquela velha história: chega uma hora em que se não for pra ser amor, que seja nada. E que durasse tão pouco quanto uma garrafa de vodka na mesa de um alcoólatra. Não sou romântico, não. Longe de mim. Sou mais um homem que resolveu contar, uma parte decepcionante e enriquecedora da vida a vocês, em que a maior desculpa da minha vida era que não servia para relacionamentos (ou não servia até alguns anos atrás). Eu sirvo se for com quem também me serve da maneira certa (mudei muito...). Meninas bonitas seriam apenas meninas bonitas depois da festa, e uma doce lembrança de conquista em um caderninho. Mas e tudo aquilo que interessava? Aquela preocupação em atender um telefonema ou mandar uma mensagem bem escrita. Tudo aquilo que era fundamental numa relação que não encontrava em mais ninguém? Acreditem, não estou comparando meus relacionamentos com o que ela, e outras foram em minha vida. Só digo que ela, (e também todas as outras..) me estragaram (melhoraram...) pro mundo. E eu sou e vou continuar sendo (...) sempre aquele cara com que não se tinha a possibilidade de futuro nem de um presente breve. Hoje vejo que tudo isso são cicatrizes de guerra, marcas que exibo com um certo orgulho hétero...
E pode confiar em mim. Existem e sempre vão existir mais alguns caras sentados em bares ao redor do mundo, rindo da vida, destilando a imagem do sucesso e da felicidade. Eles se sentem mais vazios que o meu copo naquele momento de mais de vinte anos atras. Caras como eu eram, e ainda são mais comuns do que vocês imaginam. E mulheres bonitas ou não,  também continuam sua historia de batalha, exibicionismo e conquistas em busca do amor, ou de um besta para lhe bancar as contas. 

Ah tempos bons eram aqueles...

Um comentário:

Unknown disse...

Sua fã número 1! Textos maravilhosos, cheio de bom humor, bem você!!! E que bom que está de volta, sua inspiração me inspira!!!