Nos esbarramos num show desses por ai, eu derramando toda minha cerveja em você e você me xingando estatelada no chão, mas quando nossos olhos se cruzaram, quando lhe estendi a mão para te levantar, foi como se tudo estivesse parado em nossa volta e só existisse eu e você, e ficamos ali, nos olhando, como se a toda hora, desse um replay, de um monte de sensações. Parecia um reencontro, muita coisa em comum, e uma ânsia de descobrir mais e mais coisas dela. Só me liguei quando ela disse “foi tudo tão bacana, que não quero estragar tudo trocando telefones e-mail, essas coisas” eu não soube o que dizer, nem agi, nem dei um último beijo, cai num precipício e fiquei mais constrangido com essa conversa do que com as outras coisas sem noção que fizemos na frente do palco, na frente dos amigos dela, no meio daquele amontoado de gente. Você está certa, garota de olhos verdes, saia de hippie, sandálias de couro que davam pra ver seus pés bem feitos, e uma jaqueta de couro surrada. Eu queria tanto, mas tanto que a gente nunca sabe se vai durar uma noite ou uma vida toda. Uma vida toda pode ser três décadas, três anos, três meses, três dias ou, como no nosso caso, apenas três horas no meio de um memorável show de rock...Olha, não sei o que dói mais. Quando acaba, quando sentimos que acabou, quando a gente precisa cair na real que acabou e já faz tempo, ou que nunca começou...
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