E durante algumas discussões sobre a vida, sobre nós e o destino do mundo, a ração do cachorro chato e pentelho, que você insiste em trazer para meu apartamento, você explode enfiando os dedos nessa cabeleira solta e ainda úmida do banho...Grita e esperneia soluçando. Fica aí então no meu sofá, bufando mais um pouco, roubando o oxigênio da minha esperança, que se afoga em cada gota de lágrima. Fica aí e me pede qualquer coisa, água, wisk, fala qualquer coisa, pede meus pés para caminhar, ou mais um pedaço de pizza, ou um strip-tease, ou me pede em casamento. Não me dê conselhos, nem diga para eu esquecer todos os momentos legais, intensos e até um pouco cult de nós, os livros e discos de vinil... Não quero ter recordações. Não quero ir em festas. Não quero assistir futebol. Não me pergunte as horas, o último relógio voou numa parábola com destino ao lago de um parque qualquer. Não me crie teorias a respeito de nós, do que fomos e o que nos tornamos. Não me lembre do seu afilhado. Não pense sobre onde está indo isso, e que rumo vai tomar. Não ligue pra sua mãe. Não fale dos seus medos. Não ame mais ninguém, que não seja eu, engolindo junto com teu choro desesperado, as lagrimas salgadas dessa despedida....
Nenhum comentário:
Postar um comentário