terça-feira, 21 de outubro de 2014

Fui ser feliz (Depois da D.R.)




Depois de dias, semanas em uma louca paixão, esquecendo do tempo e dos compromissos, chegou aquele momento da DR (Discutir a Relação) em que se torna inevitável. São duas horas discutindo sobre um amor do qual reluto em ainda querer fazer parte. Suas palavras, mesmo em alto e bom português, parecem uma língua estranha estridente e sem nexo, mas não a que eu entendia quando estávamos com nossas línguas enroladas, conversando a linguagem universal do sexo e da sacanagem. Eu poderia muito bem gritar, esbravejar, sapatear igual criança mimada igualmente, se você não estivesse tão cega, tão fora de si, tão louca. Tenho um segredo, um não, muitos segredos pra lhe contar: seus heróis também tem defeitos, todos eles escondidos atrás do sorriso colgate no comercial de tv a cabo. Seus ideais, estão com o cronograma atrasado. O ferimento em si dentro do meu coração que me sufoca, como se ele batesse em duplicidade como as lembranças de nós, nem dói tanto quanto ver sua intenção em me ferir, com coisas que não são verdade, nem estão perto de ser a realidade. Palavras tão pequenas de quem parece não ter mais nada a perder, somente uma avalanche de espinhos, de coisas a dizer, sempre sem pensar. Percebo que para você, nada mais importa, nem mesmo aonde eu esteja, preso num cubículo sem ideias ou caminhando livre na chuva, já não adianta sonhar, se em todo amanhecer preciso olhar no espelho e dizer para mim mesmo que aqui é o lugar, aqui é o seu lugar. Todos os seus gritos me deixam com a impressão de que estou sempre atrasado, ou pior, sempre errado, fora de moda, meio brega, e que já estive por aqui por tempo demais, enchendo o saco. Fico rouco diante de perdões formais, frases feitas que dirá quando a solidão se manifesta tão necessária, tão fundamentalmente esperada. A partir de hoje, só o que for muito, muito leve, bonito e fácil, prenderá meus dias e meu sentimento. A grande maioria desiste. Eu, só estou abrindo mão. Não me chame de covarde. Concordo contigo, também aconteceu comigo: o meu coração partiu. Para outro lugar. Foi passear em um lugar mais livre, alegre, em busca da felicidade. Como diz aquele velho clichê, fui... Fui ser feliz e não volto."

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